quarta-feira, 29 de junho de 2011

Sobre o tal abismo interno

Sempre, melhor, desde quando comecei a me conhecer, a prestar atenção nos meus pensamentos, observei portas e portas em um longo corredor e no seu final, não uma luz incandescente e linda, mas sim um abismo. Ao longo dos anos fui tentando abri porta a porta em momentos especificos, em idades adequadas, muitas fechei rapidamente pois o que habitava o lugar eu não estava forte, firme ou com coragem suficiente para encarar, ja em outras foi mais brando, entrei, sentei a mesa, conversei com uma parte minha, escutei-a e decidimos juntas o que fazer, muitas das vezes também não entramos em acordo e sai pela porta que se trancou logo atras.
Eu tenho comigo que isso é um trabalho de vidas e quem sou eu para ser tão imediatista a ponto de querer resolver tudo agora em uma única. Pois bem, no final desse corredor sempre avistei um abismo, igual aos de desenhos animados, a diferença era que ao olhar para baixo nem um galho de árvore havia, muito menos um riacho azul bem ao fundo, nem ao menos ponte e quando eu olhava somente a escuridão eu via e claro, de lá eu saia correndo.
Essa minha corrida ja dura anos a fio, quando começo a chegar perto demais da berada, pulo fora, fico longe, sinto ate vertigem, juro.
Acontece que ontem eu resolvi ceder a vontade gigante que gritava em meu coração, cai de braços abertos, pura escuridão, chorei porque o desconhecido te prega medos que são aterrorizadores a primeira vista, desci em queda livre e ao bater la no fundo não senti dor, nem medo, nem frio, senti so um vazio, um vazio gigante, ensurdecedor, agora estou de pé, com as pernas firmes, so não sei o que ao certo vou encontrar, mas as ideias estão ficando claras, os pensamentos também e a observação que ja tenho esta mais aguçada, minha intuição diz que é hora de respirar, então respiro.

Noh

2 comentários:

  1. Noh,
    Li e segurei a respiração...
    Sempre nos limitamos a algumas coisas e é muito difícil se jogar em queda livre. É necessário muita coragem.

    Beijinhus
    Nai

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  2. é perfeitamente normal sentir receio do desconhecido. na verdade, é uma forma da gente se proteger...

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