terça-feira, 28 de setembro de 2010

Antes, antes de tudo mesmo.

Antes, antes de tudo mesmo, eu era o universo, mas por algum pensamento, motivo, olhei com olhos fechados para o que eu achava estar a minha volta e por um burro instante fiz uma cerca, isso, uma cerca em volta de mim, então me vi única, sou um pedaço. Diante disso, diante da minha posse, sou um ser, um ser bem burro, porque não vi que me cercando deixava de ser um Todo e passei a ser unidade. Hoje luto comigo mesma, para que eu aceite a ideia maior, a ideia de que sou uma IDEIA e não um corpo, que sou INTEIRA e não pedaço, hoje luto com o nada, com o espaço vazio, pois a cerca não é de arame é de puro concreto, não vejo acima, não vejo abaixo, não existe lados, a luta é dentro. Hoje luto, melhor, hoje jogo as armas no chão, na ideia chão, hoje largo a ideia de que tudo é real, vivemos no ilusorio, essa aqui que vos escreve é somente um pedaço tentando ser inteiro.
Não tomei a pípula vermelha, porque ela não existe é somente uma ideia diferente para sentirmos menos dor, eu não tomei a pípula vermelha, eu somente abri meu coração.

NOh GOMES

quinta-feira, 23 de setembro de 2010

Com flor vermelha e vestido rodado, escrevo para você.

Quando ganhei o filme de presente, o vi sem piscar, era como se estivesse tomando vinho tinto, o vi três vezes seguidas, na primeira vez vi a historia geral, na segunda vez vi o amor e as músicas e na terceira vez eu a vi, eu somente a vi. Uma mistura de cores, força, beleza e expressão única, ali, naquele momento, pela terceira vez encontrei-a direta, simples, mulher. É claro que devo ter visto até hoje mais umas 20 vezes, não me canso e todas as vezes descubro algo novo. Foi anos antes que ela chegou a mim, vi uma mulher de traços fortes, sombrancelhas juntas, buço cheio e flores no cabelo, me encantei com uma beleza ao mesmo tempo tão crua e feminina, eu tinha 18 anos. Nessa época não soube muito, minha cabeça estava virada para outros caminhos e não me dei conta que ela era eu. Agora aos 25 anos, ganho seu Diario Intimo, ganho suas palavras vindas em sua língua original, ganho mais do que frases, sentimentos e desenhos, quando o leio, quando o descubro, quando o folheio, é a mim que estou abrindo, é a mim que leio e descubro. Como pode ser? Não sei, mas é.
Não terei oportunidade nessa vida de dizer-lhe que foi suas cores e suas flores que me levantaram de um estado doente em que eu me encontrava, gostaria muito de dar um longo beijo e um abraço carinhoso nela e contar-lhe que quando coloco minhas flores, que quando coloco vestido é nela que me inspiro, é nela que me agarro, que ela é meu modelo feminino, independente de, é ela que eu quero ser quando crescer.
Escrevo em cores, em folhas, em janelas, hoje escrevo aqui, escrevo nos papeis que guardo como tesouros, porque acredito em mim, não nas opiniões, eu acredito no que sinto, no caminho, na ponte que meu coração faz com meus dedos e foi quando assisti sua vida, ali na tela da minha televisão, quando vi tantos motivos para desisitir e chorar e ao invés disso, ver sorriso, humor e força, foi ali, naquele instante de filme que olhei dentro, nesse grande buraco que existe aqui em mim, vi por um segundo uma luz colorida, algo chamando, algo dizendo, que ela sou eu, que eu sou ela, que você ai sou eu, que eu sou você, que somos um.

Obrigada Frida.

Noh Gomes

segunda-feira, 20 de setembro de 2010

Não há mais o So.

Ela, e as vezes Ele, aparecem quando eu menos espero, muitas dessas vezes penso que esperam o momento em que estou mais relaxada e ate mesmo mais distraída. Ela sempre tras todos os seus medos na ponta da língua, me conta quase que chorando, suas dúvidas, medos, indecisões e sempre, mas sempre mesmo tras junto um monte de papel rabiscado, palavras pela metade, desenhos mau coloridos e planos e planos de como mudar isso, eu estou começando a reconhece-la a distância, sinto o cheiro de coisa guardada, de coisa antiga e velha, ela anda fazendo pouco barulho, mas hoje, de um tempo para cá eu ja sei quando vai chegar e tomo minhas precauções, eu a acolho logo de cara, digo que vai tudo ficar bem, dou-lhe um beijo carinhoso na testa e a deixo falar.Já Ele não, ele vem com força, tras ventania e tempestade, tras fome e um nariz empinado pro mundo, mas ele vem contado as burradas que fez, do que poderia ter sido diferente, fala do que ficou para tras sempre, gosta de contar o quanto de fracasso e maus processos existem nas gavetas, chega a ser cruel quando ele chega, diz que é preciso ser forte, aguentar os tapas e pontapés, so anda de preto ou cinza, é a sobriedade dando o ar da sua graça. Também estou começando a senti-lo com antecedência, é um cheiro mentolado, forte, feito chá na hora, faz um barulho danado, não poupa a pompa de aparecer, eu também ja fico precavida, escuto sem nada dizer, deixo-o gritar por dias, esperniar feito muleque bobo, não dou um pio sequer, logo ele vai embora e eu continuo aqui, seguindo o rio.
Há tantas elas e tantos eles aqui, que não há como ser so.

Noh GOmes

sexta-feira, 17 de setembro de 2010

Coisas que andam acontecendo

Mergulhou fundo o suficiente,
não para perder o ar e não ter como subir,
mas o suficiente
para vê-la limpa, sorridente e muito feliz.


Mergulho não para sair do buraco, mas para me ver bem.


Noh Gomes

segunda-feira, 13 de setembro de 2010

A cadência da noite.

Veio cerveja e vinho, a vontade do quente era muito maior, duas taças somente, o dia tinha sido longo, longo gostoso, cheio de entrega, estavamos em três, laço e cor dignas de amigos, chama Trina, três sorrisos juntos. Escutei cada palavra vinda dela, entendi, compreendi, tentei sentir os pontos, acreditei e rezei sim, pedi que ela derrubasse esse muro e contasse desse amor, mas falasse com quem era importante naquele momento, não somente a nós, que estavamos lá justamente para dar uma força diferente, uma força aonde o exemplo é a melhor conversa. Amor, entrega, convivência, dia a dia, é assim, é no cotidiano, no sol, na noite que conhecemos e plantamos amor, é com paciência que adubamos e damos o tempo necessário para tudo florir, me senti feliz por ela, triste por ela, apaixonada por ela. Fomos os últimos a sair dali, os garçons botaram a vassoura atrás da porta, um samba bom ritmou o resto da madrugada, vê-las, vê-lo é sempre reconfortante. Voltei com a sensação de amor plantando, laço forte, alma registrada. Palavras e pontos, assim andamos, mesmo que de olhos vendados, mas andamos com cadência.

Noh Gomes

quinta-feira, 9 de setembro de 2010

Pode ser ou não Ser

As palavras descritas aqui, podem dizer muito, mas muito mesmo, ou nada.
Quem me vê por aqui, pode realmente dizer se isso sou eu? Se isso não sou eu?
Quem pode dizer, quem pode achar, quem vai falar?


São seus olhos antes de tudo
é seu espelho refletindo o que te agrada.


Nem sempre sou eu.
Noh

segunda-feira, 6 de setembro de 2010

Algo que veio vindo e pronto.

Tenho a impressão que as dúvidas sempre irão exister, é assim com o passar da caminhada, foi assim quando nos encontramos, é assim com os longos dias, é assim com a minha individualidade. Procuro ser so até mesmo nas horas aonde há multidões, gosto de me sentir sozinha e inteira, é como centrar num ponto somente e ir levando, encaixando, fazendo acontecer. Vendo a beleza nas horas de inferno é comum que eu não me importe muito, alias não me importo muito, vejo o que meus olhos conseguem exprimir de tudo isso, muitas, mas muitas vezes mesmo nem chega ao coração, é so ali, superficial, arranhão de faca cega ou daquelas de passar manteiga no pão, então eu realmente não me importo. Gosto de ficar no canto aonde eu escolhi ser um pedaço meu entende, é como se mesmo dentro dessa alegria acompanhada, um bom pedaço de mim pedisse com enorme carinho e delicadeza para que eu não me esqueça de ficar um pouco só, um pouco no escuro. Sinto que isso é como colocar algo no carregador, coloca-se e pronto, deixa lá ate recarregar, sem atrapalhar. Não sei como isso se chama, se é que tem nome próprio, mas eu gosto e pretendo continuar nas minhas horinhas escuras.

Noh

Sem açúcar, mas com Afeto

Cor e Ritmo chegaram,
foi-se o açúcar e o
Afeto vem forte, cheio de novidades.


Noh

sexta-feira, 3 de setembro de 2010

Antes e Agora

Antes de tudo a de se escutar o coração, entende bem, escuta bem, ele é a ponte, a ponte primordial, a única entre você e sua alma, entre você e sua persona, entre você e o mundo. Antes de tudo pergunte ao coração, no meio do turbilhão, preste atenção, uma voz doce, gentil e extremamente educada pulsa baixo ai dentro, é ele falando, dizendo, nem sempre é o que você quer, mas sempre será o necessário. Antes de tudo me olha e me vê, veja como brilha o olhar, como a caricia é mais entregue, mais macia. Antes de tudo houve um mundo antes de nós e agora habitamos, vivemos e juntos contruimos. Antes de tudo, há nós, há coração, há um mundo.

Noh GOmes