quinta-feira, 18 de março de 2010

Sobre mim e contos, sobre você e mini trechos, sobre velhos pomares e entregas novas

Falo de quando acreditava que minha ancestralidade estava no ritual de cinzas, onde em um pote desenhado amarrava um fita de cetim vermelha, e aos prantos e flores, enterrava em meu velho pomar mais uma história que mudou de livro. Falo das palavras sorrateiras, aquelas que não sei de onde vem, mas consigo ve-las chegar e as coloco em vários lugares, eu não coloco porque mando, eu coloco porque sou mandada. Falo do dia em que vi seu recado em outra página, perguntando da morena bonita que estava ali, lembro da primeira conversa, da primeira saudade e do primeiro sonho na cama branca, são pequenos trechos de mim, são pequenos para caber no ante braço e fazer cocégas aos olhos. Falo da entrega que fiz a você, sem você saber, afinal a certas aberturas que não é preciso mostrar ou falar, é preciso querer e abrir a boca. Falo e falo, falo nas letras, acentos que não pontuo, não por não-saber e sim porque quero deixar aberto. Falo porque é assim que mostro que ha sangue nesse dedo que insisti em trabalhar. Falo porque canso, porque ranso, porque quero.

Noh Gomes

4 comentários:

  1. Ei, metadíssima!

    Você anda tão reticente nos seus textos. Não consigo decifrar se está apaixonada, nostálgica e ou introspectiva.

    Mas não importa! Pra mim importa que vc esteja BEM! SEMPRE BEM!

    Um beijo bom, flor!

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  2. Porque há uma hora em que não se pode mais calar.
    Problema é quando essa hora demora e fica tarde...

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  3. falar é bom, tira um peso dos ombros e quando se está bem velho e com problemas de memória, outros podem falar pra lembrar...
    bjs

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  4. Noh, querida, saudades de vir aqui, gosto de passear por suas palavras, é tão doce, intenso, bom ... beijos da janela

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