quinta-feira, 15 de julho de 2010

Uma folha verde com ar sabido

É das nuvens que ela vê a chuva,nem sempre cai por aqui disse a pequena, mas ela passa e o cheiro do ar muda, um cheiro de assentamento, de animos assentados, de ar mais leve, de sopro de vida. Ela voa por aí reparando e recortando rostos, nas ruas, nos ônibus e em toda esquina, ela voa por aí, rodopia sem ver, gira os pés engraçadamente, tropeça quase sempre, mas ela voa por aí. Deita na grama e se vê verde, vê tudo ficando verde, até o sol vira uma imensa bola verde, ri de quem passa, ri de quem não entende nada disso, de quem não sente, de quem não relaxa, ela ri, ri de si mesma, chora de si mesma e respira fundo até os pulmões reclamarem.
Ela anda indecisa, incomodada, inconformada, anda bicuda, cabeça baixa, braços pesados, mas ela também anda solta, de oculos escuros, cabelos voantes e olhar puxado, ela anda mesmo não querendo andar, mesmo querendo ficar parada, feito a estutua de Milo, com seios de fora, olhando para o nada de dentro. Ela voa, ela anda, ela pará, ela ri, ela chora, ela imita, ela dança, ela deita, ela vê, ela tranca, ela se fecha, ela so solta, ela se entrega, ela se guarda, ela é ela.

Noh GOmes

Um comentário:

  1. Ela é só Ela.

    Ela é só uma mulher em busca de si mesma, dentro de si mesma.

    Ela é só alguém tentando. Tentando se encontrar, ou quem sabe se reencontrar. Ela é só uma pessoa que segui... Segui em passos lentos.

    Ela é só uma pessoa que sabe que o caminho é longo, mas que ele é cheio de coisas interessantes, sigelas e simples, onde ela pode ficar descalça e andar na grama, parar o tempo dela pra curtir a si mesma.

    Ela é só uma mulher que percorre todo esse longo caminho em passos lentos, que para, diz que seus pés doem, mas que não desiste.

    Ela é só uma mulher... Que segue tentando. Tentando por ela, que é só ela e dela.


    Se cuida, Noh! Bjão.

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