terça-feira, 8 de junho de 2010

Diariamente

Ela cantava para mim, naquela manhã era para mim, lembro do transito caótico logo cedo, esta tão cedo, falo a mim mesma, ela diz que sou Tua, canto junto, estar apaixonada traz isso, entrega. Não ando um kilometro sequer, tudo engarrafado, e ela continua cantando, meu coração esta acelerado, penso em fugir de tudo isso todos os dias, de mudar de cidade, de ir para o interior, de criar minha filha no campo, solta, pés no chão, de colher fruta no pé e tomar banho de cachoeira todos os dias, lindo não é mesmo, mas e a educação, a faculdade, o trabalho, ela precisa de boas estruturas e o mundo não tem lugar para fracos. Saco de motoqueiro, quer morrer porra? Ela mudou de música, diz que o importante em mim é o que eu não conheço, respira e inspira, minha professora de yoga me diz isso duas vezes por semana e eu me pergunto se ela consegue fazer essa porra, dificil respirar e inspirar, boca e nariz, equilibrio, mas eu tento sempre, conseguir é outra coisa, o sinal fica verde e vermelho e eu continuo sem mexer, sem sair do lugar, buzinas do caramba, enchem o ar de um som tão estupido, que a minha vontade é botar a cabeça pra fora da janela e gritar com todos esses merdas que acham que buzina faz o trânsito fluir, respira e inspira, começo a rir, me lembro do chiclete na bolsa, pego, mastigo, adoro, vicio, fazer o que, tem gente que é viciado em alcool, cigarro, sexo, eu sou em chicletes, coisa louca, comecei na gravidez e não parei mais, chicletes e gelo, amo mastigar gelo, loucura minha, mania né. Meu celular toca insistentemente dentro da bolsa, ta cedo, quem será ne, vou atender, ta tudo parado mesmo, olho no visor, é ele, que bom dia poderia ser melhor, so um momento pensamento, Ei Amor ...


Noh Gomes

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