quinta-feira, 13 de maio de 2010

Quando a escrita é interna

O dia estava escuro, um azul de tom escuro, foi ficando avermelhado e o sinal de chuva era evidente, o dia foi tenso, nem a roupa nova ajudou, foi tudo vermelho dentro, as penultimas palavras dele também não foram açucar. Quando estava tudo um silêncio só, ela deitou no tapete e não sei bem o porque escolheu aquele filme, mesmo o coração dizendo não veja, é triste, lindo e triste, ela não escutou e assistiu, perdeu as contas de quanto chorou, um choro fino, calado e comprimido no peito, o filme acabou e mesmo assim ela não parou de chorar e lá fora a noite chorava também, a sensação era de que tudo viraria água e ela nadaria sem rumo. O ar parou por vários instantes, ela pegou papel e caneta e se questionou, perguntou da onde vinha tamanha dor, tamanha vermelhidão, e entre rabiscos tortos obteve sua resposta, sofrida sim, mas obteve. Leu sem acreditar no que lia, mas sentia que era seu coração escrevendo cada letra, contorno e frase, deixou-o livre para escrever, e cinco folhas depois a única coisa escrita era Se Perdoe minha Filha, se perdoe...

Noh Gomes

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