Que essa seja a última pá de Terra e Cal, para que esse buraco nunca mais abra, que defunto nenhum resolva voltar.
Quando o abandono adentrou a minha porta daquela maneira, senti o mundo desabar na minha cabeça, uma barriga a crescer mês a mês, e dentro disso tudo um coração quebrado, mil pedaços jogados, espalhados, e nesse momento pensei realmente se a morte não seria menos sofrida.
Caso de dias, semanas, meses pra tudo isso passar, o abandono inicial deu espaço pra outra vida, outros afazeres e aquele buraco foi ficando pra depois, foi ficando pra outra hora , pra mais tarde quem sabe.
Hoje mais de um ano depois resolvi remexer naquele baú empoeirado, afinal mudei de casa e nada mais certo do que limpar, jogar todas as tranqueiras fora, e no mexe remexe de tudo isso, eis que la dentro encontro esse baú, juro que tentei não ver, tentei jogar uma outra caixa, uma almofada, mas não deu, estava la gritante, na minha frente. Então respirei fundo, peguei o baú, coloquei no colo e abri, chorei, chorei muito, porque ver o buraco lá do mesmo jeito que eu o deixei a um ano atras não foi fácil, mas eu o vi, o lhei de frente e resolvi acabar com toda essa espera, com todo esse sofrimento escondido.
Não sei como vai ser, nem se será rapido, mas eu vi que não estou sozinha nessa e que todo caminho leva a algum lugar, e repetindo o que me mandaram ontem, não se sabe se os caminhos irão se cruzar, mas so de saber que tem alguem do outro lado, ja vale.
Pés na estrada e uma pá de terra no passado.
Besos
Oi,Noh!Td bem,querida?Nem sei por onde começo...Só pra exemplificar o tamanho do meu espanto e encantamento ao encontrar seu blog,te conto uma (apenas uma de várias) coincidência incrível:também me chamo Noele.Assim,com "e" no final mesmo!Mas sem acento...E NUNCA havia conhecido outra pessoa com o meu nome!(Esse é mesmo o seu nome, né?)Ok,não te conheço PESSOALMENTE,mas fico pensando se o seu blog não fez conosco o total contrário do padrão, o avesso da maneira como as pessoas se conhecem...Por meio dos seus textos, conheço a sua essência,suas nuances mais íntimas,seus desejos,seus medos...Mas nem mesmo sei a cor dos seus olhos!Não é engraçado e esquisito?Pode ser só uma coincidência,mas tenho dificuldade em acreditar nelas...Tenho olhos MUITO subjetivos que insistem em ver poesia nas banalidades,não consigo interpretar os encontros de forma tão limitada e prática...Vc deve estar achando uma maluquice!!!Então,antes de parar,vou contar só mais uma coisa que temos em comum:também escrevo!A escrita é o meu trabalho,minha cachaça e minha salvação...Depois volto mais aqui pra te dizer outras coisas.Por seus textos,sinto que terei ainda MUITO a te dizer e mais ainda a descobrir sobre nossas afinidades.
ResponderExcluirBeijo grande!
Noele
Realmente fica até difícil te falar algo... encarar o baú é encarar a realidade, não tenha medo... abra-o e faça tudo que tiver vontade, chore, grite, sorria... mas encare o seu baú, pois vc é muito mais que ele, muito maior... depois pá de terra no baú!
ResponderExcluirBjinhos da Madrasta!
Genteeee eu fico assustada com o mundo.. adorei a coincidencia viu.. kkkkkkk
ResponderExcluirRespostas:
ResponderExcluirNoele
Ola querida, realmente to chocada, chocada de verdade porque não acredito em coincidência e vc viu (sem ao menos saber a cor dos meus olhos) a imensidão que existe dentro desse olhar. Nunca tinha encontrado outra Noele feito a mim e encontrar vc ja é uma alegria, não estou mais so no mundo. Você gosta de escrever também, é seu trabalho? conte mais, queria que fosse o meu também,mas por enquanto é so a cachaça e salvação mesmo.
Não sei explicar mas meu coração descompassou depois das suas palavras, to chocada ate agora.
VOlte para proesar mais.
Beijos
Madrasta:
To jogando mil pás de terra amor, e realmente encarar o baú é que me salva.
Besos Mássssss pra ti
Aninha, eu tb
ResponderExcluirbjos amore
Voltei!Seu coração disparou?Ah...A vida é mesmo assim! Numa tarde qualquer nos dá surpresas,nos mostra delicadezas,nos presenteia com bonitos encontros... E só as pessoas com sentimentos profundos e olhar poético sentem o coração disparar nessas situações. Sua resposta confirma que temos mesmo muito em comum...
ResponderExcluirTrabalho escrevendo sim. Sou formada em Publicidade e Propaganda e trabalho como redatora em um escritório de Design e Gestão de Marcas (Branding). Não trabalho exatamente com o tipo de texto que amaria passar o dia escrevendo, mas pelo menos é um ganha-pão digno e proximo à minha vocação. A parte da cachaça e da salvação, guardo só para mim, pois não tenho peito como você pra expor meus textos em um blog... Ainda não sou mãe, apesar de ser viceralmente maternal, e também não sou casada, como vc. Mas também terminei um relacionamento há +/- 1 ano e ele também me deixou um "baú de amarguras" que está guardado lá no meu inconsciente. Ele periodicamente se abre nos meus pesadelos, libertando monstros e fantasmas. Mas hoje, graças ao Pai Maior, estou feliz e leve, tenho um novo amor, um amor do jeitinho que eu mereço.E fui eu mesma que atraí esse amor pra minha vida, mas isso é um caso para te contar outra hora...
Por falar em amor, o amor me aflige! E percebi que aflige a você de uma maneira bem parecida...Mas onde mais enxergo semelhanças entre nós é no seu jeito de escrever e, sobretudo, no seu ponto-de-vista sobre as coisas...Um olhar que transforma a simples subida de uma rua ou o nascer do sol em magia, encanto, sentimento...
É isso! Agora tenho que continuar meu trabalho (Trabalho MUITO!). Volto mais depois!
Boa noite!
Noele