quarta-feira, 31 de agosto de 2011

Eu e meus botões

As vezes nos falta conexão, entre dedos e fala, entre dedos e pensamentos, as vezes o fio da meada se dissolve e fica-se o silêncio, na maioria do tempo trabalho o som surdo, a falta de ruido e me observo como um turista curiso, sentado em um banco vendo a maior avenida de sua vida. Sou assim na maior parte das horas, um mergulho de silêncio, observo ou somente deixo a fluidez tomar conta, há momentos em que nada ecoa por aqui, nada mesmo, nem mesmo a brisa atrapalha, é um momento de entrega, eu sou tudo e nada ao mesmo tempo. Ja noutras esta tudo parado, abafado, congestionado e buzinas escandalizam e tudo me doi, ate mesmo o respirar, nessas horas de não foco me dou o direito de doer, mas passa, quando me dou o direito, melhoro, é rapido. Descobri esse banco aqui dentro,tem ate sombra, ainda falta água, mas é um bom lugar, lugar de marcar encontros internos e eu sou sempre pontual comigo, acho que isso deve ser evolução, mas caso não seja é pelo menos um lugar de paz.

Noh

sexta-feira, 26 de agosto de 2011

Coisa de minuto

Qualquer tipo de preconceito, pre julgamento e critica é so uma forma desesperada de ser aceito.

Prontofalei.


Noh

terça-feira, 23 de agosto de 2011

Hoje

Hoje ela é amor
hoje ela não se lembra dos medos
não mais se julga.
Ela confia em si mesma
celebra sua própria beleza
então ela é realmente linda
e reluz, e sorri e dança.
Hoje ela é feliz
e vai ser assim para sempre
sempre que quiser.
Talvez ela nunca se dê conta, mas
é feliz assim.

Noh

segunda-feira, 22 de agosto de 2011

Miudezas e delicadezas de uma cidade

Moro em Belo Horizonte, nasci aqui, cresci aqui e quero morrer aqui.
Digo isso pois é a única certeza que tenho nessa vida e isso para mim é motivo de alegria imensa.
Metade da minha familia é Candanga, moram todos em Brasilia e sempre chamaram minha cidade de Roça Grande, sempre implicam com tudo, dizem que não temos vida noturna, que acordamos cedo e etc, quando eu era mais nova, rebatia com afinco essa colocação e achava um absurdo todos esses dizeres, já hoje amo saber que moro numa cidade com ar, com jeito e com gente de roça.
Não conheço povo mais acolhedor, mais risonho e suave do que mineiro, temos fama de povo desconfiado, mas da um sorriso pra você ver,em cinco minutos estamos abrindo o portão e convindando para um cafezim, quer um exemplo?
Juro que se você for em qualquer casa, especialmente as mais simples fazer uma visita, nunca falta um cafezim e uma broa de fuba, pão de queijo quentinho ou algum doce de pote, aqueles que se faz em casa e bota naqueles vidros lindos e enfeitados. Sempre ha um tempinho para uma pequena prosa, ou no alpendre, ou na varanda, ou no portão mesmo, sempre temos um tempo para o outro, independente de, sempre temos o TEMPO a nosso favor.
Temos ruas que mais parecem jardins abertos, temos parques lindos abertos todos os dias, temos seresta na praça, teatro no parque, feira na rua, temos muita coisa boa, mas o melhor são as Pessoas que vivem aqui, são elas que me encantam nesse lugar, são os sorrisos de graça, os olhares complacentes, o ar suave e os imensos ipês amarelos que neste mês de agosto enchem as serras de pura alegria e riqueza.

Eu amo minha cidade e faço muito por ela.

Noh


P.s: eu sei que toda moeda tem dois lados, mas hoje escolhi o mais bonito.

quarta-feira, 17 de agosto de 2011

Sobre algumas lâmpadas

Aprendo todo dia, isso é fato, mas ato mesmo é o que sinto quando observo, observar e silenciar tem feito parte constante da minha vida, quando observo absorvo o que é claro, o que é meu e no silêncio encontro uma conexão com o todo, com o real.
Assim tenho vivido a maior parte dos meus dias, gosto disso, é uma entrega, e é assim que tenho visto e sentido o melhor do mundo que me cerca.
Tenho vivido sem as diferenças, olho ao meu redor e trabalho a igualdade de todo o ser, ando aprendendo isso com a minha filha de três anos, ela tem a imensa facilidade de não ver as diferenças, para ela eu e você somos a mesma, tirando somente o fato de eu ser mãe dela, não importa cor, se é menino ou menina, ela é a mesma, ela os trata da mesma maneira e isso me deixa completamente feliz, pois ela ja tem dentro de si a igualdade e a única coisa que tenho que fazer é mante-la com esse sentimento de que somos iguais.

Tenho observado muito o que as pessoas falam e agora tenho certeza que o ditado "o que envenena o homem é o que sai da boca e não o que entra" é mais real do que parece, tenho visto o quanto as pessoas falam sem pensar, falam sem sentir e o pior, falam sem ver ou perceber, elas falam por falar, falam por mania, falam para não encontrar o silencio que é necessario mergulhar, para mim os que falam sem parar estão com medo do mergulho, do mergulho que se faz quando tudo esta quieto, quando tudo esta em paz.

Tenho vivido mais em paz, uma paz interna, tenho feito exercicios para mergulhar em mim, para acender em mim e assim poder acender o outro, pois descobri também que a "salvação" so é alcançada, quando o meu "irmão" também acende, sendo assim, trabalho a mim para ajudar o próximo.

Noh Gomes

terça-feira, 9 de agosto de 2011

Sobre Ponto Final ou Reticências...

Quando criei esse espaço foi devido a falta de um, eu não tinha um canto, um lugar, um espaço meu, onde o que eu sentisse ou pensasse ficasse claro. Surgiu o blog, aos poucos fui me familiarizando ao mundo das palavras, eu já gostava delas, já as tinha em inúmeros e incontáveis diários e papeis soltos, aprendi o poder de teclar e nisso foi quase três anos e quase 500 posts, é muita coisa, é muita letra, muito ponto, muito sentimentos, idéias embaralhadas, sentimentos embolados e uma imensa vontade de ser completa.
Nesses quase três anos, muita coisa na minha vida tomou rumo, outras perderam o prumo, a viagem, o barco. Muitas pessoas passaram a fazer parte do meu cotidiano mesmo, fiz amigos, amigos me encontraram, Flores apareceram e muitos passaram. Aprendi a não levar tudo tão a serio e aprendi a ver o valor de uma virgula, de um ponto.
O Tempo da Cria foi criado para além de um canto, foi criado para me dar janelas e portas, claridade e brisa, pois na época eu não os tinha, estava sim em um buraco profundo, daqueles que so se sai quando se aceita e se reconhece a furada que se esta, então foi essa escrita tão desconexa e verdadeira que me ajudou a mudar, que eu consegui crescer, que eu consegui me encontrar.
Hoje o blog é como um diário antigo, aquele que não se desfaz nunca, que se ama e que em dias frios e de quase escuridão, se corre, abre e lê e vendo todas as palavras, se respira aliviado, se encontra novamente e sorri.
Eu não poderia dizer que não faz mais sentido te-lo, pois seria mentira, mas no momento, estou repleta de portas, janelas, claridade e brisa boa, estou repleta de mim e sendo assim cheguei em mais uma etapa, alcancei mais um degrau, acendi mais luzes, preciso então rumar pra outro lugar, não sei qual, mas rumar e ir, andar descalço mais uma vez e me entregar.
Agradeço a todos que aqui um dia estiveram, que leram, que comentaram, que me mandaram e-mails, que trocaram, compartilharam e me olharam de verdade, por de trás da tela.

Obrigada de verdade, de coração aberto.

Isso não é um Adeus, é so um até mais ver.

Noh Gomes

quinta-feira, 4 de agosto de 2011

Ele e seus detalhes

Ele me olha com os dedos, quando desliza suas mãos pelas minhas costas, nuca e pernas sinto um reconhecimento, uma troca de olhares, ele me vê. Quando seus dedos passeiam pelo meu cabelo e brinca nos meus cachos, suspiro e ele me vê. Quando brinca entre minhas coxas e alisa meus seios, perco o tempo e assim ele me vê inteira. Ele me olha com os dedos, me tem com as mãos e me ama no sorriso.

Noh

quarta-feira, 3 de agosto de 2011

Sem pé, mas com muita cabeça

Nos transformamos, mudamos, escolhemos ser o que se é ou o que se quer ser,
arriscamos algo novo, optamos por viver ou sobreviver, podemor ir para a direita e para esquerda, podemos tratar o semelhante como igual ou como subraça, tiramos, subtraimos ou multiplicamos e acolhemos, podemos deixar a vida passar ou colorir, rabiscar e inventar. Mudamos, podemos mudar de gosto, de corte e cor de cabelo, de opção sexual, de casa e de vida ou podemos estagnar, não sair do lugar, viver enraizado profundamente a pessoas, ideias e ideais. Posso me esconder a vida inteira de mim mesma ou dos outros, mas também posso escancarar a casa, abrir as janelas e dançar, dançar e rir e ser todo um universo. É possível ser feliz com ou sem motivo, rir com ou sem motivo, silenciar com ou sem motivo, caminhar com ou sem motivo. É possível respeitar o outro, a mim, o mundo, basta querer e colocar o respeito em primeiro lugar. Posso ter, crer, ser, possuir, libertar, vivenciar, experimentar e amar, posso ser o universo, basta equilibrar. Posso tudo, posso querer tudo e ser tudo, basta estar aqui.

Noh

terça-feira, 2 de agosto de 2011

Caminhos Paralelos

Como prometido a mim, caminho com mudanças e novas, veio hoje o Santa Foto de todo Dia www.santafotodetododia.blogspot.com , um lugar cheio de olhar, um olhar novo todo dia.

Noh

segunda-feira, 1 de agosto de 2011

Nove milhões de luzes e várias formas de despertar

Eu ouvi certa vez que nosso "corpo" real é composto de nove milhões de pontos de luz, assim como se fossem lâmpadas, pequenas e apagadas e que estamos nesse mundão de meu Deus justamente para despertá-las e olha, de tudo que ja li, que ja escutei e participei, foi uma das melhores formas que consegui visualizar o meu todo. Sendo assim e bom para mim, estava perguntando-me como seria esse despertar, como é esse acender de luz. A primeira coisa que lembrei foi de quando li Clarice Lispector pela primeira vez, A hora da estrela, de primeira mal conseguia assimiliar aquele mundo tão aberto, sangrando e bonito, mas despertou-me algo que eu ja possuia, pois sinto que ja o possuia, so estava ali, apagado,então acendi. Outra vez foi lendo Os Dragões não conhecem o paraiso, de Caio F. Abreu, senti o cheiro, o gosto nas páginas, acendi, outra vez foi lendo A elegância do Ouriço, acendi não somente uma luz, mas umas cinco, pois mexi, remexi e mergulhei profundamente dentro daquelas páginas. É isso. Palavras, frases, livros, a Escrita de alguma forma acende em mim algo que ja possuo mas que se mantém apagado até a hora certa, isso pode ser um despertar, assim como a música, a fotografia, a imagem em si, acabam revelando algo sobre mim que eu mesma não tenha visto ou sentido.
É possível despertar, acender, basta descobrir como ou ter coragem para ir.

Noh


Minhas neuroses, eu sei rsrs...